Vai caber tudo isso na Raposo Tavares? Megaprojeto com 22 mil moradias prevê bairro para 80 mil pessoas em SP

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25/11/2025Referências
Vai caber tudo isso na Raposo Tavares? Megaprojeto com 22 mil moradias prevê bairro para 80 mil pessoas em SP

A Zona Oeste de São Paulo concentra um dos maiores projetos imobiliários de habitação popular em andamento no país. No km 18,5 da Rodovia Raposo Tavares, o Reserva Raposo, da RZK Empreendimentos, é apresentado como o maior empreendimento habitacional de uso misto voltado à moradia popular da América Latina. A previsão é de 124 edifícios, 22 mil unidades e capacidade para até 80 mil moradores até 2030.


Hoje, 10 mil pessoas já vivem no local. Ao todo, 4.490 unidades foram entregues e 7.332 estão em construção. O Valor Geral de Vendas (VGV) estimado passa de R$ 5 bilhões.


O terreno, de 450 mil m², era ocupado por uma gráfica que foi transferida pela própria RZK. A proposta é consolidar moradia, comércio e serviços no mesmo território. Governo defende modelo, mas urbanistas pedem cautela

O Governo de São Paulo afirma ter entregado 3 mil unidades no complexo via CDHU, com R$ 540 milhões investidos, além de 1.046 unidades em construção, que somam mais R$ 188 milhões.


Segundo nota do governo, o objetivo é criar uma nova centralidade urbana, e não apenas um bairro-dormitório. Mas Valter Caldana, professor da FAU Mackenzie, alerta para o ritmo da expansão: “A sincronização entre ocupação e infraestrutura é decisiva. Qualquer atraso pode gerar um colapso sistêmico na região.”, disse ao O Estado de S. Paulo.


O urbanista destaca a importância de coordenação entre:


fornecimento de água


capacidade da rede de energia


tratamento de esgoto


transporte público


Mobilidade é o ponto mais sensível

A Raposo Tavares já registra:


congestionamentos recorrentes


oferta limitada de ônibus


poucas alternativas viárias


Com a chegada de mais moradores, a pressão tende a aumentar. A RZK construiu um terminal de ônibus, mas as linhas ainda não foram definidas. Além disso, a rodovia poderá ter pedágios urbanos, conforme anunciado pelo governo estadual. A Prefeitura diz que a operação das linhas será definida após a abertura do terminal.


Histórico de judicialização e pressão financeira

O empreendimento enfrentou:


paralisações por licenciamento ambiental, revertidas após decisões judiciais


dificuldades de financiamento em meio ao ciclo de juros altos


queda de mais de 60% no valor das cotas do fundo imobiliário NVRP11, que ajudou a financiar o projeto


Em 2024, vídeos de vazamentos em blocos entregues circularam nas redes. A construtora afirma que os casos foram pontuais e resolvidos.

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